Leitura Orientada - Arquitetura Contemporânea no Brasil”, Yves Bruand

7917 palavras 32 páginas
AS PREMISSAS DA RENOVAÇÃO (1922-1935) No Brasil, o movimento moderno não surgiu repentinamente. Ele é resultado da evolução do pensamento de alguns grupos intelectuais brasileiros,especialmente paulistas. Evolução essa que criou um mínimo de condições favoráveis para as primeiras realizações do gênero. Os movimentos de vanguarda europeus nas artes e nas letras do inicio do século XX não tiveram repercussão alguma no Brasil até o fim da Primeira Guerra Mundial. Porém, desde 1912, Oswald de Andrade já divulgava os princípios futuristas, se valendo do passado apenas para exigir uma pintura e poesia de caráter nacional. Fica assim evidenciada a dualidade que marcaria o movimento moderno brasileiro, tentando sintetizar preocupações ao mesmo tempo revolucionarias e nacionalistas. Após o impacto da exposição de Anita Malfatti entre 1917 e 1918 e as conseqüentes reações de descrédito vindas de Monteiro Lobato, ocorreu a conscientização de um grupo de intelectuais insatisfeitos quanto às suas possibilidades. O grupo organizou-se objetivamente em 1920, já cogitando uma manifestação para 1922, o que viria a ser a Semana de Arte Moderna. Inicialmente foi prevista apenas uma exposição de pintura e esculturas, acompanhada de conferencias de sessões de leituras poéticas.Mas o apoio financeiro do cafeicultor Paulo Prado, a intervenção de Graça Aranha e a organização de René Thiollier, fizeram da manifestação um grande evento, locado no Teatro Municipal. A Semana e seus acontecimentos desencadearam paixões e causaram um forte impacto emocional na classe intelectual, principalmente em São Paulo. Não se deve, poré, exagerar quanto às repercussões imediatas no plano literário e artístico. Apesar da Semana ser vista como uma transformação decisiva, seus participantes sequer tinham um programa coerente, apenas um denominador comum de natureza negativista e demolidora: a ruptura com o passado e a independência cultural frente à Europa. A prova mais evidente da falta de

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  • In: BRUAND, Yves. Arquitetura Contemporânea no Brasil. São Paulo: Editora Perspectiva. 2008 p. 61 - 115.
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