Lahire e o abandono escolar em Portugal

“O caso português” Justino realiza uma análise sobre o quadro representativo do estudo feito pela OEDC e constata a formação de um aglomerado de países em que, apesar de apresentarem uma taxa menor do que 25% de escolarização terciária entre pessoas dos 35 aos 44 anos, os mesmos possuem uma taxa superior ao que era suposto de aprovação nos denominados testes PISA. Neste conjunto encontra-se Portugal, Itália e países do leste europeu. Ao avaliar este fato, o autor ainda observa que este aglomerado de países possui o mesmo perfil, no que se categorizam em países que tiveram uma recente transição de um regime político fechado e de caráter autoritário para um regime de abertura política e econômica em que logo vieram a integrar a união europeia. Esta caracterização implica numa maior expectativa de sucesso escolar e diminuição nas desigualdades educativas e sociais no sentido em que se torna possível uma alteração no sistema favorável a isso. No que se refere à realidade portuguesa, Justino faz citação de um estudo realizado em 2009 por LISBOA, JUSTINO e ROSA em que são cruzadas e analisadas variáveis que, após um balanço sobre o poder discriminante de cada uma, chegou-se ao número de 12, como são apresentadas na tabela a seguir:
Código
Variável por Concelho
Ano
Fonte
ABAND
Taxa de abandono escolar – Total de indivíduos com 10-15 anos que não concluíram o 3º ciclo e não se encontravam a frequentar o sistema educativo, por cada 100 indivíduos do mesmo grupo etário
2001
INE Censos 2001
SEP
Taxa de saída escolar precoce – Total de indivíduos com 18-24 anos que não concluíram o ensino secundário e não se encontram a frequentar o sistema educativo, por cada 100 indivíduos dos mesmo grupo etário
2001
INE Censos 2001
RETBAS
Insucesso escolar no ensino básico – Total de alunos do ensino básico que não transitou para o ano de escolaridade seguinte, por cada 100 alunos matriculados no ensino básico
Ano letivo 1999-2000
Estatísticas da Educação – Ministério da Educação