Laban, ou a experiência da dança

446 palavras 2 páginas
No inicio de sua carreira, Rudolf Von Laban certamente não se imaginava como “pai fundador” ou como “pioneiro” da dança moderna europeia.
Ele abordava por volta de seus 20 anos, uma pratica chamada de “dança moderna”, sem jamais ter aprendido a dançar em uma escola, e sem pensar que ele trabalhava no desenvolvimento de uma arte, ele preocupava-se somente com uma coisa: a importância do movimento e sua influencia sobre a qualidade da vida cotidiana.
Ele realizava “experiências de dança”.
Essa experiência é substituída doravante por uma experiência pobre, “experiência defunta”. Laban constata a impotência do homem moderno em se mover; a acumulação de seus movimentos é a acumulação do cansaço. O corpo mortificado do homem urbano como o corpo do soldado nas trincheiras são pobres em experiência comunicável.
Ela lhe pesa porque ele não a incorporou em sim. Somente uma matéria morta pode se agitar, ser remexida. O corpo reativo age, de agora em diante, sob o modo do reflexo, do “tranco”, sempre recomeçando do zero, subtraído da memória.
A experiência “defunta” é uma experiência morta para a arte, e sua descoberta foi dolorosa.
Para poder dançar, Laban tenta fundar, a partir da pobreza da experiência “defunta”, uma experiência do movimento. Essa experiência existiria de alguma maneira, apesar de tudo, no centro mesmo de sua possibilidade.
Para comandar a sua marionete, o maquinista é obrigado a pegar o centro original do movimento, situado, por exemplo, no cotovelo, no pé ou no quadril. A relação que une o marionetista à sua marionete poderia constituir um modelo para o dançarino.
A coreografia “A Noite” (1927) se abre com uma “multidão”. Dessa multidão surge uma “dança dos eternos apressados”, como se os corpos-marionetes estivessem assombrados pelo corpo-fantasma do marionetista. Labam, nessa coreografia, põe em dança um movimento morto.
Na experiência da região do silêncio, o dançarino improvisa com uma corporeidade em estado de sonhar acordado. [...]. É ai,

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