Kobo

Kobo e a descoberta atrás do muro

Nos dias de hoje o mundo todo é muito parecido. Se formos a qualquer país minimamente desenvolvido vemos milhões de pessoas com seus tablets, smartphones ou nos pioneiros iPhones e iPads com tela de retina e com recursos inimagináveis há dez anos. Mas será que este realmente é o único lado, será que não há mais fronteiras para as telas sensíveis ao toque e que são a única opção de entretenimento, comunicação, ensino e cultura? Isso me lembra que o mundo, num passado recente já foi dividido em dois. No dia 9 de novembro de 1989 caiu o Muro de Berlim, o maior símbolo de que por um período da história em que o mundo já foi dividido em dois. Um ano antes da que queda foi lançado o filme Inferno Vermelho (Read Heat) com Arnold Schwarzenegger e James Belushi. Neste filme de ação/comédia Schwarzenegger é Ivan Danko, um disciplinado e destemido oficial da Polícia Soviética que tem como missão capturar um traficante da Máfia Russa responsável pela morte de seu colega em Moscou. Ele então parte para Chicago, ao final da Guerra Fria, onde encontra seu parceiro americano, interpretado por James Belushi. O grande mérito do filme é mostrar que antes da Queda do Muro de Berlim há um abismo cultural, político e tecnológico que separava o mundo capitalista do socialista. Numa das cenas mais emblemáticas do filme um policial russo recebe uma espécie de “fax” através de uma incrível mistura de máquina de escrever elétrica e telefone e é impossível não se perguntar – “o fax na Rússia era assim?”, ou talvez ir além – “isso é uma versão analógica do email?”. O abismo fica mais evidente quando o policial Ivan chega à Chicago.

Mas será que nos dias de hoje o mundo é realmente é único? Será que a única opção de entretenimento, comunicação, ensino e cultura são os smartphones e tablets? Arrisco a dizer que ainda há um muro. Pequeno é verdade, mas que separa a febre das telas sensíveis de LCD de outras maravilhosas possibilidades, e para muitas