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A magia de entrar em recuperação

Uma vez que se conhece o caminho de recuperação, não tem “boi”.
Hoje uso se quiser, hoje minto se quiser, mais é difícil andar conforme a sociedade.
Eu tinha a minha sociedade, eu era o dono do meu mundo, cadê esse mundo? Cadê o valente, malandro? Na verdade a pergunta é cadê o bandido que eu sempre mostrei ser e nunca fui?

Para falar de recuperação tenho que falar um pouco sobre a minha doença, vamos lá; para começar eu sou portador de uma doença que atinge todas as áreas da minha vida e não tem cura, mais pode ser detida a qualquer momento. Essa doença se chama ADICÇÃO, uma doença física, mental e social. Física porque ela ativa minha compulsão, mental total obsessão por alguma coisa e social porque não consigo me relacionar nem viver na sociedade.

Essa doença já estava comigo bem antes de começar a usar drogas, me lembro de que quando pequeno eu já mentia, manipulava situações a meu favor meu comportamento não era normal, todos sabiam que eu tinha um problema mais não sabiam qual era.
Minha mãe me criou sozinha, me dava de tudo, andava sempre bem arrumado roupas, tênis tudo de marca. Meu pai... Hum me lembro de muito pouco dele, fui começar a ter contato com ele que eu me lembro duns dois anos antes dele morrer, um cara legal fazia tudo pra me agradar, quando ia passar as feria ou até mesmo um final de semana, Foi ele quem comprou minha primeira mochila. Tentavam me colocar contra ele mais era em vão, minha mae nunca falou nada sobre o caráter dele, dizia que ele era uma “moça”, ele era muito mulhereigo disso ela sempre falou. Mais no final ela sempre dizia: mais é seu pai.
Aos meus sete anos, veio o baque, dia 03/09/1995 ele faleceu, com 26 anos não precisa nem falar que fiquei muito revoltado, não entendia porque as pessoas morriam, era um garotinho não sabia nada da vida, que saudades do meu pai, que falta ele me fez, nos momentos de alegria de tristeza, aniversários, natais se passaram e eu não consegui