Keynesianismo – Fordismo O texto quer propor uma operação de reapropriação operária e antagonista da dinâmica do desenvolvimentismo, desde a época heróica das lutas para a regulamentação da jornada de trabalho até as grandes lutas do “operário-massa” taylorista. A democratização da relação salarial e a distribuição keynesiano-fordista da renda devem ser lidas na perspectiva do desenvolvimento da sociedade (quer dizer, do espaço público das relações sociais) e não na do Estado (como espaço normativo das relações de dominação). (pág. 59) Houve uma crise dos modelos desenvolvimentistas e corporativos na perspectiva da crise da forma-Estado Keynesiano-fordista,pode-se dizer que foi um esgotamento, simultâneo, de um dado modelo de desenvolvimento econômico, bem como dos parâmetros ideológicos e da modalidade de intervenção estatal, abrangendo os processos de afirmação do pós-fordismo e sua dinâmica globalizadora. Com essas crises, o Estado, antes interventivo, passa por processos de reforma que inserem-se no amadurecimento global da crise irreversível do modelo de regulação que caracterizou as economias fordistas e as marcadas pelas políticas de industrialização por substituição das importações no segundo pós-guerra. (pág. 60, 61) Como já sabemos o intervencionismo estatal e a regulação keynesiano-fordista afirmou-se historicamente no período entre as duas guerras nos Estados Unidos e na Europa Ocidental a partir do 2º pós-guerra. (pág. 61) Vale ressaltar que, a partir da segunda metade dos anos 30, afirmam-se, nos Estados Unidos, a heterodoxia econômica keynesiana e os compromissos sociais dinâmicos da administração Roosevelt (para uma apresentação histórica das condições de emergência do fordismo e do papel das lutas operárias). Essa intervenção ocorre nesse período devido à crise do liberalismo com a grande depressão de 1929. O modelo americano tornou-se o paradigma de referência de um processo de reconstrução das economias européias, fortemente marcado