kant e a ética do dever

1540 palavras 7 páginas
E. Kant e a ética do dever

Introdução à filosofia moral de Kant

Kant recebeu de Jean-Jacques Rousseau a ideia de que todos os seres humanos são capazes de distinguir o bem do mal, pelo que todos são chamados a cumprir o seu dever. O iluminismo influenciou também a maneira como Kant encara a razão. Antes de mais, ela deve ser submetida a uma crítica que circunscreva os seus limites de possibilidade. É, todavia, esta instância - razão - que distingue o ser humano do animal, conferindo-lhe a capacidade de pensar por si mesmo. O iluminismo representa, para Kant, a saída do Homem da sua menoridade, de que ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de se servir do entendimento sem a orientação de outrem.

Servir-se da sua própria razão é ser autônomo e, portanto, livre. O certo, porém, é que, ao sobrevalorizar a razão, o iluminismo fez uma crítica à religião, o que conduziu ao cepticismo e a um estado de incredulidade. Não foi apenas a religião que sofreu este abalo. Também a moral viu serem abalados os seus fundamentos, porque ela baseava-se, em grande parte, na religião.

Perante este cenário, Kant pretende mostrar que o fundamento da moral pode efetivamente ser encontrado fora da religião, mas que a religião não é inútil ou desprovida de sentido. Pelo contrário, existe toda uma esfera que escapa às capacidades da razão. Como tal, Kant quis preservar a fé, mas sem negar o exercício da razão.

O ser humano

O ser humano é um ser marcado por uma dualidade: é, por um lado, um ser sensível, isto é, um ser da Natureza, condicionado pelas suas disposições naturais, que o levam à procura do prazer e à fuga da dor. Este aspecto primário define o egoísmo que preside à vertente animal do ser humano. Por outro lado, é um ser racional, isto é, alguém capaz de se regular por leis que impõe a si mesmo. Tais leis revelam a sua autonomia, tendo a sua sede na razão. São leis morais que o levam a praticar o bem, em detrimento dos seus caprichos e interesses

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