Jorge de lima

1985 palavras 8 páginas
Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado (Marcos 16:16)

“Deus está na moda”, afirmou André Gide frente a renovação católica que acontecera na França entre o fim do século XIX e início do século XX. O Brasil também passou por uma renovação semelhante entre as décadas de 20 e 30, tendo inclusive esse avivamento católico atingido o campo da literatura e de sua crítica. Antonio Candido em seu texto “A revolução de 1930 e a cultura” ao abordar sobre as mudanças sociais e culturais que tiveram como marco histórico o outubro de 1930, diz que assim como houve um convívio íntimo entre a literatura e as ideologias políticas de esquerda, houve também um engajamento espiritual pelos literatos da época: “Com decorrência do movimento revolucionário e das suas causas, mas também do que acontecia mais ou menos no mesmo sentindo na Europa e nos Estados Unidos, houve nos anos 30 uma espécie de convívio íntimo entre literatura e as ideologias políticas e religiosas” (CANDIDO, 1989, p. 188).
Candido ao desenvolver mais sobre essa catolicidade da literatura da época, cita exemplos tanto de romancistas quanto de poetas, citando como exemplo para o campo da poesia Frederico Schmidt, Murilo Mendes e Jorge de Lima. Antonio Candido, porém, ressalta que o espiritualismo foi adotado até por autores que não se consideravam católicos, como é o caso do poeta alagoano Jorge de Lima, tendo esse se convertido ao catolicismo apenas em 1935, mas que em seu primeiro livro de modernista (Poemas) publicado em 1927, já escrevia poesia de tonalidade espiritualista. Esses poemas católicos retornam em Novos Poemas, publicado em 1929, em que a religiosidade não mais se encontra tão relacionada ao regional como em sua obra anterior, tal como podemos ver no poema “Credo”:

CREDO

1. Padre nosso que estás no Céu,
2. perdi meu Credo que tu me deste...
3. Eu era menino: Creio em Deus Padre...
4. Que força me dava a tua oração!
5. Santa Maria, mãe de Jesus,
6. perdi

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