Inumanp

2413 palavras 10 páginas
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Porquê o inumano?

José António Domingues

2005

www.lusosofia.net

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Porquê o inumano?∗
José António Domingues

Para o Gil
Lyotard escreve na abertura do texto L’Inhumain (1988) que o humano deve tornar-se inumano. Um inumano que é uma insistência da arte das vanguardas e da crítica da cultura. Mas porque se interroga o humano, ou, nos termos de Lyotard, porquê o inumano? No estudo sobre o diferendo de Le différend, Lyotard ainda diz que o sentido de inumano é incompatível com a Ideia de humanidade1 . O estudo declara para cada faculdade um modo de frase e reflecte este modo como um modo de encadear do pensamento
(assim eu penso verdadeiro, eu penso justo, segundo regras heterogéneas) e fala do juízo da 3a Crítica kantiana como meio, aquele a partir do qual se dividem as faculdades e o encadeamento das frases, como um estado do pensamento, uma faculdade, ainda, uma faculdade credora de todas as outras, que suporta o pensamento e a sua relação. Deste modo o humano e o inumano são modos de frases distintas, embora encadeiem, o que se considera um orientar das frases heterogéneas para uma sequência ou uma identidade de sentido. A antinomia do humano e do inumano é trazida


Comunicação ao Congresso Internacional da AFFEN – Associação Portuguesa de Filosofia Fenomenológica, Coimbra, Março de 2005
1
Jean-François Lyotard, Le différend, Paris, Les Éditions de Minuit, 1983,
§31.

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José António Domingues

para o âmbito da frase. Lyotard explica que as frases – éticas, jurídicas, políticas, históricas – determinam o acontecimento que o humano é, o que a Ideia de humano quer dizer, e onde esta Ideia está necessariamente em jogo, o que especifica a espécie humana e a apresenta. Apresentam a Ideia de uma humanidade. Esta Ideia de uma humanidade vem validar o objecto encontrado pelas ciências humanas

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