INTRODU O Familia Escrava

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INTRODUÇÃO Existiam diferenças entre casamentos de pessoas livres e de escravos. As primeiras podiam se casar quando quisessem ou pudessem. O fenômeno sofria interferência de sistemas de religiosidade popular, mitos e crenças, assim como do calendário agrícola ou litúrgico. O chamado “tempo proibido”, ou tempo de penitência, quando a Igreja desaconselhava toda manifestação de alegria e qualquer tipo de festividade coletiva, era observado em nossa população, sobretudo em áreas agrícolas: no Advento e na Quaresma, casamentos caíam quase a zero. Evitavam-se alguns dias para celebração das núpcias: sexta-feira, por exemplo, era tido por nefasto, desde os tempos medievais; o dia da Paixão e Morte do Cristo, considerado de mau agouro, pois trazia dores.
O aspecto da dificuldade da manutenção de uma família, nos moldes tradicionais por parte dos negros trazidos para o Brasil como escravos, e o fato de haver poucos registros e estudos sobre um assunto tão importante para a história brasileira, chamou-me a atenção. Aqui se aborda o tema de uma maneira geral, buscando apoio em alguns dos trabalhos e publicações contemporâneos que tratam do assunto.
O escravo, uma vez propriedade do seu dono, essa condição era passada para seus filhos, e destes o senhor também poderia dispor na hora em que lhe aprouvesse, ocorrendo vendas de cativos de uma mesma família a diversos compradores, o que, conseqüentemente, dificultava a construção de uma unidade familiar.
A situação de escravo não dependia da relação que tivesse com um senhor em particular, e não estava limitada no tempo e no espaço. Em outras palavras, sua condição era hereditária, e a propriedade sobre sua pessoa transmissível por venda, doação, legado, aluguel, empréstimo, confisco, etc. Essa característica transforma o escravo legalmente em uma “coisa”. Ele não possuía direito e nem família legal – quando a lei reconhece a validade do casamento religioso, como no Brasil colonial, esse é, com freqüência, impedido pelo

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