Internet e política no movimento estudantil

RAFAEL PEREIRA DE BRITO

A WEB 2.0 E Á AÇÃO POLÍTICA DO MOVIMENTO ESTUDANTIL DA UFPR CONSIDERAÇÕES SOBRE OS ANOS 2006 - 2011.

Curitiba 2011

1. Introdução A utilização de ferramentas digitais em campanhas eleitorais ganhou destaque, no sentido de ter sido comprovada sua efetividade, na eleição emblemática de Barack Obama para presidente dos Estados Unidos em 2008. Rapidamente, pelo menos todo ocidente já apresentava em seus processos particulares a generalidade da WEB 2.0 como ferramenta de campanha. Além do sucesso, considerado pela equipe de Obama, um dos fatores decisivos em sua eleição, o trabalho com as ferramentas digitais manteve-se após sua eleição, agora como meio de comunicação (acesso) direto com o candidato eleito e sua estrutura partidária. Quase quatro anos depois, tornou-se difícil nos grandes centros urbanos verificar campanhas que fujam desta regra geral; a utilização das redes sociais1 como ferramentas de campanhas políticas, e sua manutenção como “ferramenta de diálogo”2 com a base eleitoral durante o mandato. Mais do que ser marco em reestruturações profundas na relação eleitor/candidato dos processos representativos formais das democracias ocidentais3 a eleição de Obama, ou a descoberta política da Web 2.0, marcou profundamente os demais movimentos políticos. Para nos retermos ao Brasil; movimento camponês, sindical, urbano e estudantil. Destes, são de maior interesse para este artigo os movimentos sindical e estudantil por terem por característica histórica a intensa “ação eleitoral”4. Esta característica facilita uma aproximação com a estrutura eleitoral e formal do Estado, uma vez que preconizam em última instancia: candidaturas, chapas, partidos, discursos de convencimento, sessões eleitorais, e voto. Para os interesses deste artigo, nos concentraremos no Movimento Estudantil - ME, particularmente em um de seus processos históricos e regionais, as Eleições para o Diretório Central dos Estudantes – DCE da Universidade Federal do