IEL - Conto de Natal

374 palavras 2 páginas
Neste conto é narrada a história de Josefa, uma velha pedinte que volta à sua terra passados muitos anos, de cabeça baixa, marcada por um destino mendicante. A pobre infeliz busca impacientemente encontrar um pequeno convento que fora outrora o cemitério da aldeia, cuja família e amigos se encontra ali em eterno descanso. Em tempos, viveu naquele lugar onde tinha uma casa e uma vinha cultivada pelo marido. No entanto, tudo o que conhecera foi destruído, restou-lhe a filha, uma pobre alma corrompida, entregue a uma vida perversa.
Época natalícia, em pleno Inverno, anoitece e Josefa sente o frio invadir sem piedade o seu corpo débil, enfraquecido pelos anos e pelas torturas de uma vida miserável, precisa de encontrar algo que lhe valha, um sítio onde possa aquecer os ossos. Observa ao longe um telheiro e dirige-se ao mesmo com o intuito de rogar abrigo, porém, tem pavor do que pode encontrar, não sabe se vai ser bem recebida e fica vacilante, até que o frio mórbido que lhe corrói o corpo a faz avançar. Caminhava hesitante por entre as árvores na direcção do coberto iluminado quando, de repente, ouve um grito angustiante e pára imediatamente, mantendo-se à espreita. Apercebe-se que está uma mulher a dar à luz e deseja ajudá-la mas o medo impede-a de aproximar-se. Avista um homem enfurecido a circundar, a ameaçar bater na desgraçada se não abafasse os berros das dores hediondas que a assolavam. Após alguns instantes, instala-se uma quietude de um silêncio perverso, a velha mendiga acaba por assistir a uma crueldade desmedida, enxerga atentamente o homem que parece novamente revoltado e, num gesto imprevisto, levantou o recém-nascido e despedaçou o pequeno contra uma rocha. Temos diante de nós uma história com uma atmosfera melancólica e soturna, que nos transporta para uma triste e cruel realidade onde a pobreza, o pecado e a imoralidade estão bastante presentes. Crianças que nascessem com deficiências ou que constituíssem desonra ou afronta à família

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