ideologias e ciências sociais

LÖWY, Michael. (1985) Ideologias e Ciência Social: elementos para uma análise marxista. São Paulo: Cortez. 19ª ed. 2010.

1. Ideologia. 2. Positivismo. 3. Historicismo. 4. Marxismo.

1. Ideologia
O caminho do texto é fazer um breve histórico do conceito de ideologia e propor um uso determinado, após, apresenta-se alguns elementos centrais do método dialético e, por fim, ao se pensar a relação entre ideia e ação (ideologia e ação social), o autor apresenta o debate pré-marxista entre o materialismo mecanicista francês e o neo-hegelianismo alemão, bem como sua superação dialética pela filosofia da práxis marxista.
1.1. Visão Social de Mundo
O conceito de ideologia tem uma história própria.
Primeiro foi utilizado por Destutt de Tracy que dizia que a ideologia era o estudo das idéias, que são o resultado da interação entre o organismo vivo e a natureza, por isso, a ideologia seria um campo dentro da zoologia. A ideia de Tracy vai por um cientificismo materialista vulgar, bastante estreito.
A seguir, Napoleão passou a usar o termo para atacar o grupo de Tracy, contudo, com um sentido distinto: os ideólogos seriam especuladores metafísicos, que ignoram a realidade.
Marx utiliza primeiramente a expressão ideologia nesse sentido, qual seja, o de uma falsa consciência, de uma concepção idealista na qual a realidade é invertida e as idéias aparecem como motor da vida real. Depois, Marx vai falar em formas ideológicas, que seriam aquelas pelas quais a sociedade toma consciência da vida real. Para Marx, ideologia é um conceito pejorativo “que implica ilusão, ou se refere à consciência deformada da realidade que se dá através da ideologia dominante: as idéias das classes dominantes são as ideologias dominantes na sociedade”.
Lênin, por sua vez, não usa ideologia como algo pejorativo, mas como uma doutrina sobre a realidade social que tenha vínculo com uma posição de classe, portanto, pode existir uma ideologia burguesa e outra proletária.
Por fim, Karl Manheim diz