Identificar como as sociedades antigas praticavam o saber geográfico
Em busca de domínio terrestre e expansão das rotas comerciais ao longo do Mar Mediterrâneo, muitos povos da antiguidade como os gregos, por volta do século V a. C. organizaram conhecimentos sobre o planeta Terra que ficou conhecido como geografia. Outros povos antigos como fenícios, gregos, assírios e egípcios eram navegadores e comerciantes e, em busca de mais territórios, de mercados, passaram a conhecer mais os fenômenos naturais e a dominar caminhos terrestres e marítimos. Então os egípcios criaram a Geodésia pela medição de terras. Mais tarde, os romanos aperfeiçoaram os conhecimentos dos gregos de modo prático. A partir do século VII impulsionados por objetivos militares a Geografia desenvolveu-se no mundo árabe ligada a outros ramos como Astronomia, Matemática e Geometria. A Cartografia era usada para delimitar territórios de caça e pesca. Na Babilônia, os mapas do mundo eram impressos em madeira, mas foram Eratosthenes de Cirene e Hiparco (século III a.C.) que construíram as bases da cartografia moderna, usando um globo como forma e um sistema de longitudes e latitudes.
A expansão da atividade comercial e a difusão da fé religiosa entre os povos, a partir do século XI, estimulavam o espírito aventureiro dos italianos, portugueses, espanhóis e árabes, que visavam a atingir lugares cada vez mais distantes. A sistematização dos conhecimentos, porém, apresentava um caráter meramente quantitativo e descritivo a respeito das impressões das viagens, além das suas limitações técnicas e das influências da igreja, que não lhes possibilitava avançar muito. Foi somente durante o processo de constituição do capitalismo que esses conhecimentos geográficos foram sendo organizados de forma precisa e, no início do século XIX, o trato com as questões relativas à Geografia já apresentavam um caráter de cunho científico. Era necessário conhecer, por exemplo, a extensão real do planeta, a dimensão e a real forma dos continentes