Identidade

Este texto explora a relação entre etnicidade e cultura, mostrando como os dois fenômenos se relacionam sem que possam ser reduzidos um ao outro, O autor argumenta que a cultura está em um contínuo fluxo estruturado e expresso nas interações sociais entre os agentes, o que gera processos de transformação e variação cultural dentro de todos os grupos sociais. Assim, a etnicidade não pode ser reduzida a conteúdos culturais homogeneamente distrubuídos nos grupos e transmitidos entre as gerações. A existência do grupo étnico está ligada a fronteiras criadas e mantidas por relações de poder e processos de controle, silenciamento e apagamento das experiências pessoais que fujam ao modelo cultural reificado como definidor dele.”
Grupos étnicos são formados com base nas diferenças culturais, e não na cultura em comum (ou seja, o que une, o que forma essa noção de grupo é a diferença, a distância, quando comparado ao outro, e não as semelhanças entre si).
A cultura é um aprendizado, induzido por meio da experiência. Ela é constantemente gerada.
A cultura sofre uma variação contínua, não é um mosaico delimitado e homogêneo. Possui gradientes, áreas sombreadas.
A cultura é distribuída por intermédio das pessoas, entre as pessoas, como resultado das suas experiências. Ao terem experiências semelhantes, as pessoas são induzidas a conceitualizar e, em parte, compartilhar vários modelos culturais.
Enquanto o social pode perfeitamente ter fronteiras bem definidas, podendo ser estáveis, o cultural sofre constantes variações.
“Boa parte da confusão (e talvez também da importância premente) a respeito dos grupos étnicos surge dessa tensão entre a natureza dos grupos sociais e a natureza dos materiais culturais sobre os quais se baseia a definição de grupos étnicos como unidades sociais.”
Já existiram (e ainda existem) lugares com um grupo isolado e uma cultura com fronteiras definidas. Poucos. Viver em comunicação, com um considerável grau de pluralismo cultural é a condição