hume
Hume, se coloca em uma posição crítica diretamente em oposição ao conceito de sujeito moderno construído através da filosofia cartesiana. Tratado sobre o entendimento humano, ele leva às últimas conseqüências as conclusões da filosofia empirista que o antecede, atribuindo à noção de eu, de unidade subjetiva, um aspecto de crença e não de evidencia. Esta subjetividade só se torna forte na medida em que a crença a dote, enquanto idéia complexa, de uma força ou vivacidade que outras idéias complexas, como a de centauro, não têm. Não existem, portanto, impressões sensíveis imediatas que correspondam à noção de “eu”, podem existir, sim, as impressões sentidas por este eu sensível, mas elas têm sua existência determinada por elas mesmas, ou seja, não dependem diretamente do sujeito que as sente. À unidade subjetiva corresponde, então, uma série de sensações independentes e aleatórias que se sucedem em ritmo frenético, dando ao eu a falsa sensação de continuidade e perenidade através da faculdade da memória.
2) Quais são as origens de nossas idéias? E qual é a distinção que Hume faz entre Idéias e impressões sensíveis?
Hume utiliza o termo “percepção” para referir quaisquer conteúdos da experiência As percepções ocorrem quando o indivíduo observa, sente, recorda, imagina, e assim por diante, sendo que o uso atual da palavra cobre um leque muito menos vasto de atividades mentais. Para Hume, existem dois tipos básicos de percepções: impressões e idéias. As impressões constituem as experiências obtidas quando o indivíduo observa, sente, ama, odeia, deseja ou tem vontade de algo. Hume descreve este tipo de percepções como sendo mais “vívido” do que as idéias, termo como que o filósofo parece querer afirmar que as impressões são mais claras e mais pormenorizadas do que as idéias. As idéias, por sua vez, são cópias das impressões. Trata-se dos objetos do pensamento