Holocausto Brasileiro

Centro Universitário de Sete Lagoas

ESTUDO DOS CRIMES EM ESPÉCIE – Projeto Leitura: Holocausto Brasileiro. Daniela Arbex.

Professora / orientadora:Viviane Mayrink

Direito - 5° período

Sete Lagoas, 2014
RESENHA

Arbex, Daniela. Holocausto Brasileiro. 1 ed. São Paulo: Geração Editorial, 2013.

Grazielle Priscila Gonçalves Ferreira¹
Raissa Abreu Moreira²

A LOUCURA DOS NORMAIS³

A obra Holocausto Brasileiro de Daniela Arbex, jornalista, se apresenta como o registro de uma tragédia, como a busca por fazer memória de uma sequência de acontecimentos atrozes que não devem cair no esquecimento. Porém, ao mergulharmos nas páginas do documentário, mais que compartilhar de memórias, somos remetidos à reflexão acerca da capacidade humana de desumanizar.
Sua escolha para o título, não poderia ser mais adequada, um genocídio em nome do sossego da “raça superior”, a dos normais.
O trabalho de Arbex vem expor um universo por muitos, ignorado, abrindo-nos vista ao que Foucault denomina como a estranha superfície que comporta as medidas de internamento.
Já no prefácio, podemos observar que a instituição manicomial é evidentemente um destino para excluídos, em nada se assemelhando a um ambiente de cuidados médicos. Para tanto, basta notarmos que, como informado por Eliane Brum, apenas 30% dos internos do manicômio de Barbacena tinham diagnóstico de doença mental. Tratava-se de seres humanos (ao menos antes de institucionalizados) que por qualquer razão, tornaram-se inadequados para os padrões sociais estabelecidos por aqueles que detinham o poder, corrobando com os argumentos de Focault que dizia se tratar de toda uma população, identificada e rotulada (matizada) por um sistema que cria uma linha divisória entre os socialmente aceitáveis e os que devem ser mantidos reclusos para além dessa linha. Diz-se de uma classificação social cujos
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1 – Graduanda do quinto período do Curso de Direito pela