História da antropologia
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS – CCHL
PROGRA. DE PÓS-GRADUAÇAÕ EM ANTROPOLOGIA E ARQUEOLOGIA
HISTÓRIA SOCIAL DA ANTROPOLOGIA
PROF ª DRA. FRANCISCA VERÔNICA CAVALCANTE
JANE NASCIMENTO DE OLIVEIRA
CONTRIBUIÇÕS HISTÓRICAS DA ANTROPOLOGIA PARA O ESTUDO DA INFÂNCIA
TERESINA
OUTUBRO, 2012
INTRODUÇÃO
A Antropologia se consolida como ciência em fins do século XIX e começo do XX, enquanto campo de investigação do humano responsável pelo estudo de outras sociedades e culturas. No entanto, o intenso processo de desaparecimento e transformação sofrido pelas sociedades “exóticas” a partir do contato com a cultura do antropólogo problematiza seu objeto de pesquisa: será, então, a cultura objeto em vias de extinção?
Como solução a crise que assola a Antropologia em meados do século XX, dois movimentos, paulatinamente, se desenvolvem: o de percepção da sociedade do antropólogo como objeto de seu estudo e, o de desenvolvimento do nativo como antropólogo de sua própria cultura. Em ambas as perspectivas, responder a pergunta do que é o ser humano não significa apenas compreendê-lo como ser que se diferencia pela cultura, mas, como um ser ontológico que se forja pelas múltiplas identidades nascidas dentro de uma mesma sociedade e formadoras de sua personalidade.
Os indivíduos se diferenciam pelas relações que estabelecem na família, nas relações de parentesco, nas instituições escolares, religiosas e políticas. Ser humano é possuir uma identidade marcada pelas relações com sua idade, seu gênero, seu corpo, seu tempo, etc. Assim, amplia-se o campo de visão antropológico da construção si e do ‘outro’. Nesta perspectiva, a infância aparece como uma marca identitária do indivíduo. Ser criança corresponde a possuir uma identidade, a desenvolver relações e a despenhar papeis sociais específicos em função da idade. Não se trata de uma simples etapa de desenvolvimento humano, mas de uma identidade do indivíduo forjada e construtora da cultura.
É