Historiografia

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Os anos 60 foram anos de poucas produções historiográficas de relevância, ficando, portanto, a obra de José Honório ainda como principal referencial à época. O final dos anos 60, no entanto, são marcados por um crescente interesse, nos Estados Unidos, pela história do Brasil, o que resultaria mais tarde, segundo o autor, numa “avalanche de estudos dos brasilianistas” (p.21), como eram chamados os historiadores estadunidenses que se interessavam pela história do Brasil, como é o caso de Charles Boxer, por exemplo, que segue uma tendência de interesse pelo período colonial, acompanhado por grandes nomes da historiografia brasileira como Caio Prado Junior, Otávio Tarquínio de Souza e pelo também estadunidense Satanley R. Stein.
Com o advento do regime militar, os historiadores brasileiros entram num período extremamente perigoso para falar de sua própria época, era o período da repressão dois direitos civis e da liberdade de expressão. Dessa forma, era mais coerente falar de períodos como o império, primeiro reinado e outros: “Como no período em tela era mais fácil e seguro falar do passado do que do presente, a história da república no Brasil ficou em segundo plano e, por decorrência, as reflexões historiográficas sobre ela.” (p.25/26).
Entretanto, algumas alternativas à “impossibilidade” de escrever sobre o período militar à época, foi o surgimento das biografia centradas nas figuras de grande densidade política, outra alternativa era a limitação excessiva a temas sem grande impacto político. Mais para o fim dos anos 80 e início dos 90, há um certo revisionismo da historiografia, iniciado pela obra de Carlos Fico e Ronaldo palito que buscam uma reformulação da historiografia por uma nova conceituação no sentido das análises históricas, e finalizado pela entrada, mais adiante dos sociólogos e politólogos no campo historiográfico, suas obras acabam por gerar densos trabalhos que mesclavam novas perspectivas históricas com as já clássicas e consagradas.