Historiografia Inglesa
Por historianaoalienigena
Provavelmente a principal historiografia do século XX é a dos Annales franceses. Qualquer uma das gerações dessa escola teve grandes historiadores: seja a primeira geração, de Marc Bloch e Lucien Febvre, seja a segunda, daquele que provavelmente foi o grande historiador do século XX, Fernand Braudel, ou então a terceira geração, de Jacques Le Goff e Philippe Ariès. A historiografia que mais me interessa, porém – e que é também uma das principais do século XX – é a historiografia marxista inglesa, ou britânica, se preferir.
Em algumas coisas, aliás, essa escola inglesa e os Annales se parecem. Tanto uma quanto a outra eram formadas por historiadores com pontos de vista e métodos muito diferentes do que era vigente em seu país e, por isso, criaram revistas para poderem publicar seus textos: Annales d’histoire économique et sociale, no caso dos franceses, e Past and Present, entre os britânicos. O caso dos britânicos era ainda mais contundente, pois por serem comunistas não só não conseguiam publicar pelas revistas mais conceituadas, mas tampouco conseguiam empregos nas grandes universidades inglesas.
Não entrarei em detalhes sobre as escolas, mas acho importante destacar três pontos da historiografia inglesa que mudaram o rumo da História feita na Grã-Bretanha e no resto do mundo, além do próprio estudo do marxismo.
O primeiro é que antes de Eric Hobsbawm, Edward Thompson, Raymond Williams, Perry Anderson, Christopher Hill e outros aparecerem, a História feita na Inglaterra era uma mistura de oficialismo, tradição e uma visão rankeana do passado que tornavam sua produção historiográfica irrisória e de pouquíssima qualidade. Quase tudo de importante que foi criado – e pensado – em História no final do século XIX e no começo do XX foi fruto de escolas e historiadores fora da Inglaterra – para ser mais específico, na França e na Alemanha.
Para a história no resto do mundo, porque os