Guerra fria - Muro de Berlim

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Breve história do muro de Berlim.
Wilson de Oliveira Neto*

A queda do muro de Berlim é certamente um dos eventos mais importantes do final do século
20. Foi um dos sinais do ocaso dos regimes comunistas no leste europeu. Simbolizou o começo da reunificação alemã. Enfim, assinalou o término de um ciclo histórico iniciado lá no final da década de 1940, após o fim da Segunda Guerra Mundial.
Com o encerramento da guerra na Europa, em 8 de maio de 1945, o território alemão foi ocupado pelos aliados. Esses, por sua vez, dividiram a Alemanha em quatro zonas militares – americana, britânica, francesa e soviética. O mesmo ocorreu com a capital alemã, a cidade de
Berlim (fig. 1), situada no interior da Zona Soviética (Sowjetische Zone). A coordenação de todas essas áreas de ocupação era tarefa de um governo militar, subordinado ao Conselho de Controle
Aliado – órgão liderado por representantes dos EUA, França, Grã-Bretanha e URSS.
Não havia consenso entre as potências vencedoras sobre qual seria o futuro da
Alemanha. A própria ocupação do seu território, acertada durante a Conferência de
Potsdam, em 1945, tinha um caráter provisório. Koch (1968) revela que, o único país que tinha planos para a Alemanha era a União Soviética. Para os soviéticos, o futuro alemão era se tornar uma República comunista. Nesse sentido, era fundamental a manutenção da unidade territorial alemã, ideia a qual a França se opunha radicalmente. Para agravar a situação, a
Alemanha em 1945 vivia um pandemônio. A destruição tanto da sua infraestrutura quanto do seu parque industrial era somada à inflação, à escassez de bens de consumo e ao mercado negro. Além desses problemas econômicos, havia ainda a desnazificação da sociedade alemã. Balfour (1968) estima que, aproximadamente
10% da população adulta da Alemanha aderiram ao Nazismo por convicção. Como, naquelas circunstâncias, lidar com esse fato?
Foi nesse contexto em que as relações entre os aliados ocidentais –