Guerra do Contestado

Guerra do Contestado

Rio de Janeiro, 19 de maio de 2012.
Guerra do Contestado
Foi um dos conflitos camponeses mais sangrentos do Brasil. Ocorreu no sul do Brasil, mais especificamente numa área de conflito territorial entre os estados de Santa Catarina e Paraná, se iniciando na cidade de Irani e alastrando-se para várias cidades catarinenses. No dia 22 de outubro de 1912, tropas paranaenses comandadas pelo coronel João Gualberto travaram um violento combate com um grupo de sertanejos sem-terra, liderados pelo “monge” José Maria que pregava a volta da Monarquia e a construção de uma sociedade igualitária. Esse conflito durou quatro anos tendo fim em agosto de 1916 e causou a morte de cerca de 20 mil pessoas, praticamente um terço da população catarinense.
Vários acontecimentos serviram de impulso pra esse conflito, dentre eles a disputa territorial entre Santa Catarina e Paraná; a construção da estrada de ferro São Paulo/Rio Grande do Sul por uma poderosa multinacional chamada Brazil Railway pertencente ao Sindicato Farquha, que recebia o apoio dos coronéis locais e a instalação da segunda maior madeireira da América. Todos esses fatores apontavam para um único resultado, a expulsão dos camponeses e a ocupação de suas terras explorando as ricas reservas de pinheiro araucária. O clima ficou mais tenso quando a estrada de ferro ficou pronta. Muitos trabalhadores que atuaram em sua construção tinham sido trazidos de diversas partes do Brasil e ficaram desempregados com o fim da obra. Eles permaneceram na região sem qualquer apoio por parte da empresa norte-americana ou do governo. Nesse período praticou-se a primeira devastação ecológica industrialmente planejada na América Latina com a derrubada de mais de 2 milhões de pinheiros e outras madeiras nobres.
Os coronéis da região e os governos (federal e estadual) começaram a ficar preocupados com a liderança de José Maria e sua capacidade de atrair os camponeses. O governo passou a acusar o beato de