Graduando

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Diferenciar natureza e cultura é uma tarefa que remonta ao primórdio da sociologia. E como argumenta Lévi-Strauss, a total diferenciação entre as partes, em uma proposição da existência de um estado de natureza onde o ser humano se encontrava completamente desprovido de cultura, trata-se de um equívoco teórico. Decerto, em alguma medida, houve uma transição de uma situação a outra, entretanto, é um equívoco procurar por padrões homogêneos através dos quais esta transição possa ter ocorrido. Ao Discutir o estado de natureza do homem a partir de uma abstração animalesca de um homem completamente sem cultura, guiado pelos instintos. Faz-se nada mais que um belo exercício de retórica. Afinal, para Strauss, o homem não pode ser comparado a um simples animal, pois o animal age de maneira completamente diferente à nossa, e quando domesticado, se solto na natureza, é capaz de retornar gradualmente a condição selvagem, o homem jamais. Desta forma não é mais concebível a ideia de um homem sem cultura. E o mais próximo dessa hipótese que podemos chegar é a partir da observação, dos nossos “primos”, os macacos antropoides. Na observação destes macacos encontrar-se-á vasta gama de elementos que, com determinado esforço, podemos até converter em “comportamento”. Porém não há entre estes elementos observáveis características de um sistema de condutas, sendo a espontaneidade um traço intrínseco as ações destes primatas. Entre todas as espécies de macacos antropoides e o homem há, em certa medida, a realização de uma série de comportamentos, identificada como tendências universais, porém, apenas os homens possuem formas regulares para realização destas. Assim Strauss extrai a essência daquilo que é da natureza, que se traduz em tendências universais, em contraposição ao que é da cultura, que se traduz em regras. As regras são elemento característico da cultura, elas dominam os universais gerando comportamentos característicos, que variam no tempo e no espaço. Eis aqui a