Graduando

Foi realizado um trabalho básico sobre a psicogênese dos sistemas de interpretação elaborados pelas crianças para entenderem a representação alfabética da língua. O trabalho foi realizado com crianças que tinham o espanhol como língua maternal. Um fato que deixou a autora e pesquisadora Emilia Ferreiro surpresa, é que as diferenças de língua não interferem na aplicação das ideias básicas construídas pelas crianças, como esperado, já que a alfabetização é uma área extremamente dependente da língua.
O objetivo fundamental do estudo foi o entendimento da evolução dos sistemas de ideias construídos pelas crianças sobre a natureza do objeto social que o sistema de escrita é. Para ser descoberta a competência cognitiva da criança, foi analisado, ao mesmo tempo, as atividades de produção que elas desenvolviam e as interpretações de textos escritos. Com isso, através do estudo do desempenho da criança poderia ser elaborada uma teoria sobre a sua competência, antes de elaborar uma teoria sobre seu desempenho.
As crianças são sujeitos que sabem, e não apenas meros aprendizes. Embora, em certos momentos da evolução, as crianças sintam-se obrigadas a reorganizar seus sistemas, mantendo alguns dos elementos anteriores e redefinindo novos.
Em relação às produções escritas, são mais fáceis de entender e com isso foram divididas em três níveis de competência.

1º Nível: A criança procura algo que a permita diferenciar os dois modos básicos de representação gráfica: o desenho e a escrita. E é nesse momento que a criança reconhece as duas principais características da escrita, que seriam a forma arbitrária e a organização de maneira linear, contrariando o desenho. E o resultado desse reconhecimento gera na criança a capacidade de considerar cadeia de letras como objetos substitutos e a fazer uma clara distinção entre dois modos de representação gráfica (o icônico e o não icônico). Nesse nível, o que basta é a intenção da criança. Existem dois princípios que norteiam esse