Graduando

A construção dos conceitos científicos O desenvolvimento dos conceitos científicos supera o desenvolvimento dos espontâneos. Parece que a criança conseguiria resolver melhor as questões relativas aos conceitos cotidianos que as relativas aos conceitos científicos, mas na pratica é o inverso. Por quê? É muito provável que isso aconteça porque a criança não tem consciência dos conceitos cotidianos e, conseqüentemente, não pode operar com eles da forma que é exigida pela tarefa, o que não acontece com os conceitos científicos, que requerem da criança estar consciente e realizar voluntariamente a tarefa. A partir do momento quem que a criança atingiu a consciência e o domínio de determinado tipo de conceitos, a estrutura obtida transfere-se aos outros conceitos formados anteriormente, reconstruindo-os com nova consciência e domínio. A conclusão, portanto, é de que os conceitos científicos se iniciam a partir do nível não alcançado em seu desenvolvimento pelos conceitos espontâneos. A análise do conceito espontâneo mostra que a criança tem mais consciência do objeto do que do conceito em si. Todavia, a análise do conceito cientifico demonstra que a criança, dede o início, tem melhor consciência do conceito em si do que do objeto que representa. A interação verbal com os adultos, através da mediação do mesmo sistema lingüístico, possibilita o desenvolvimento das diferentes estruturas de generalização da criança. Porem, se por um lado, a coincidência de conteúdo possibilita a comunicação adulto/criança, por outro, é a diferença de elaboração mental entre ambos que possibilita o desenvolvimento dos conceitos na criança. Ainda que ela não compreenda toda a significação atribuída às palavras pelo adulto, é no seguimento dessas palavras que passa a organizar seu processo de elaboração mental.
A elaboração dos conceitos não é, portanto, um processo puramente individual, ma um movimento interativo, uma prática social: o aprendizado antecede o desenvolvimento.