GLOBALIZAÇÃO E CRISE DO ESTADO NACIONAL
A freqüência e o volume da produ- ção intelectual sobre esse tema, no en- tanto, não significam que haja unani- midade ou convergência de pontos de vista. Pelo contrário, a polêmica é intensa, e determinadas correntes de pensamento, em geral situadas à es- querda no espectro ideológico, consideram ha- ver mais mito do que realidade nas constatações referentes ao processo de globalização.
Anthony Giddens considera que as divergên- cias relativas ao conceito de globalização refe- rem-se fundamentalmente ao conflito ideológi- co/político entre neoliberais e social-democra- tas ou socialistas ou, em última instância, ao conflito entre direita e esquerda como ele se manifesta atualmente.
Se existe polêmica a respeito dos aspectos mais conhecidos da globalização, o que não dizer da dimensão política, que mereceu menos atenção, até o momento, das ciências sociais?
Nosso estu- do está situado nessa área do conhecimento e re- fere-se a uma temática relevante, mas ainda pou- co desenvolvida, da Ciência Política.
Embora a pesquisa sobre os aspectos políti- cos da globalização esteja nos seus estágios ini- ciais, existe unanimidade na avaliação de que o
Estado Nacional tem enfrentado grave crise a partir da década de 70. Analisar em profundida- de as características dessa crise é um dos pro- blemas deste artigo.
A recente crise global das bolsas de valores abarcando todos os continentes e espalhando o pânico nos países desenvolvidos, assim como nos chamados “mercados emergentes”, atualiza, de forma extremamente concreta, a urgência de am- pliar o