Giro Linguístico

675 palavras 3 páginas
No início do século XX, a força do pensamento científico era tão grande muitos filósofos pretenderam simplesmente converter a filosofia em ciência, realizando uma espécie de ciência filosófica. Esse movimento, que foi batizado com o curioso nome de empirismo lógico, somente se tornou possível em virtude da maior inovação filosófica do século XX, que foi encarar todos os problemas relativos ao conhecimento como problemas de linguagem. Essa mudança, aparentemente sutil, gerou uma revolução filosófica que hoje é conhecida como giro linguístico, ou linguistic turn.

Ao esclarecer a falácia naturalista, Hume estabeleceu os limites da racionalidade científica: o cientista até pode descrever os valores dominantes, mas não deve ter nenhuma pretensão de que exista um conceito racional de bem. Além disso, a ciência precisa escolher um objeto empírico e concentrar-se na sua explicação, o que significa um abandono de todos os objetos metafísicos, em que estão incluídos vários dos objetos típicos da reflexão filosófica. Toda a filosofia clássica era metafísica e, nessa medida, ela era incompatível com o discurso científico.

Porém, alguns estudos lógicos e matemáticos do final do século XIX apontaram um sentido inovador para as questões filosóficas. Percebeu-se que a matemática não era uma ciência, mas apenas uma linguagem. As várias matemáticas são apenas linguagens rigorosas e formalizadas, cuja precisão e rigor possibilita que as explicações científicas sejam mais rigorosas e precisas também. Elas não têm um objeto empírico, pois os números e as suas relações são entidades puramente abstratas. Apesar disso, o conhecimento matemático é fundamental para o próprio pensamento científico. Essa intuição deu margem a um novo conceito de ciência, que podemos chamar de neopositivista: a peculiaridade da ciência é a de que se trata de uma explicação feita por meio de uma linguagem rigorosa e precisa.

Tal inovação abriu espaço para uma adaptação das noções kantianas aos novos

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