Ginzburg

1431 palavras 6 páginas
Ginzburg busca em “O Queijo e os Vermes”, através do estudo de um caso particular e excepcional – “o cotidiano e as idéias de um moleiro perseguido pela inquisição” – chegar ao geral, pois a partir de Menochio, recria a história cultural de um determinado período. No prefácio do livro descreve a trajetória percorrida para chegar ao processo inquisitório sofrido pelo moleiro, explicando também como entrou em contato com esse material: o processo foi encontrado na época em que Ginzburg realizava pesquisas para escrever sobre os “benandantes” (e a princípio o material parecia irrelevante). O material ficou guardado, até o momento em que ele percebeu que essa documentação lhe oferecia a oportunidade de reconstruir não só as massas indistintas como também a personalidade individual de Menochio. “O fato de uma fonte não ser” objetiva “(mas nem mesmo um inventário é” objetivo “) não significa que seja inutilizável” (p.22). Ou seja: por mais exígua ou subjetiva que seja uma documentação pode sempre ser aproveitada – vale dizer, que a cultura popular não está expressa somente nos textos produzidos pela massa. Ao se acreditar que somente as classes populares podem expressar sua cultura, corre-se o risco de descartar material importante produzido por outras camadas sociais Ginzburg vai buscar essa idéia de circularidade cultural, na produção de Baktin, quando diz que: “os protagonistas da cultura popular que ele tentou descrever – camponeses, artesãos – nos falam quase só através das palavras de Rabelais” (p.21) – seria um equívoco, pois, crer que o ”popular” somente é encontrado quando se vai às classes populares. Essa crença de que o popular só existe nas classes populares pode fazer com que o estudioso adote uma postura tendenciosa, levando-o, de fato, a encontrar apenas aquilo que ele busca. Tal procedimento, na verdade, é muito mais ideológico que científico.

Thompson diz que ao se estudar culturas, não podemos utilizar um

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