Geografia da fome

Geografia da fome
Segundo André Mayer, professor da Universidade de Paris, autor do prefácio do livro Geografia da Fome, de Josué de Castro, a fome é um problema tão velho quanto a própria vida e quanto a humanidade, e que coloca em risco a sobrevivência da própria humanidade. O livro raciocina sobre a possibilidade da fome não ser somente fruto de imprevidência e egoísmo, muito menos ser inevitável.
O inevitável e irremediável permanece em tal estado quando permanece o mistério, o desconhecimento sobre o fato.O livro revela que grande parte da população no mundo se alimenta mal e se alimentar mal também é uma forma de fome. A agricultura moderna considera a despesa de equipamentos, que por sua vez demandam de indústria, e nesta relação entre agricultura e indústria, a população ativa deve estar organizada e com renda divida.

O autor do livro, Josué de Castro, classifica o assunto “fome” como delicado e perigoso, um tabu da sociedade, para tanto, no meio de vastas edições e bibliotecas, há poucas publicações sobre a fome e subnutrição. Segundo Josué de Castro, foram necessárias duas Guerras Mundiais e uma revolução russa, eventos nos quais milhares de pessoas pereceram de fome e que fizeram o ocidente acordar de seu “cômodo sonho e se apercebesse de que a fome é uma realidade gritante”.

“Ao lado dos preconceitos morais, os interesses econômicos das minorias dominantes também trabalhavam para escamotear o fenômeno da fome do panorama espiritual moderno. É que ao imperialismo econômico e ao comércio internacional a serviço do mesmo interessava que a produção, a distribuição e o consumo dos produtos alimentares continuassem a se processar indefinidamente como fenômenos exclusivamente econômico (...)”, neste trecho escrito por Josué de Castro, temos uma análise profunda sobre a ligação que a fome tem com o esquema funcional do sistema econômico que impera no mundo.