Geogarafia

Resumo
A discussão apresentada nesse texto constitui parte do trabalho de tese que vem sendo desenvolvido junto ao Curso de Pós-Graduação em Desenvolvimento, Agricultura e
Sociedade (CPDA/UFRRJ) sobre a dinâmica de expansão da fronteira agrícola no sul do estado do Amazonas, caracterizada pela expansão do cultivo de grãos (arroz, soja e milho), da atividade extrativa vegetal e da pecuária. Parte-se da hipótese que esta dinâmica, intensificada no final dos anos 90, pode está relacionada a um importante incremento nas taxas de desmatamento, tanto nas áreas de savanas (campos naturais) como da florestal tropical. O objetivo deste artigo é apresentar uma primeira aproximação, baseada nos dados do
PRODES/INPE e SIPAM da evolução do desflorestamento presente em quatro municípios selecionados do sul do Estado do Amazonas com intuito de contribuir para o debate sobre a relação entre o avanço da fronteira agrícola, tendo na soja seu principal produto e o incremento do desflorestamento nessa porção da Amazônia. Três seções compõem este artigo.
A primeira seção procura estabelecer o cenário econômico e político que oportunizou e incentivou a expansão da soja no Brasil e, em particular na Amazônia. O segundo trata do avanço da soja sobre as áreas dos campos naturais no sul do estado do Amazonas. Finalmente, na última seção são apresentados dados sobre as taxas de desmatamento registradas pelo INPE e SIPAM na área de estudo entre 2003 e 2004, e sua relação com o avanço da fronteira agrícola. Introdução
A demanda pela soja em nível mundial está relacionada às transformações ocorridas no sistema agroalimentar que tem na soja uma boa parte dos produtos processados nas indústrias alimentícias como um de seus ingredientes principais (bombons, biscoitos, barras de cereais e sucos de frutas); nas indústrias de cosméticos e farmacêuticas para a produção de novos medicamentos (isoflavonas, por exemplo) e tratamentos; no uso industrial para a
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Geógrafa,