Genero
Para a Prevenção e Combate à Violência de Género
AÇÃO DE SENSIBILIZAÇÃO PARA A PREVENÇÃO E COMBATE À VIOLÊNCIA
DE GÉNERO – 1ª SESSÃO
2. Enquadramento histórico e cultural das questões da violência de género
Segundo Dias e Machado (cit in Género e Violência Conjugal – Uma Relação Cultural –
2008), “desde a Antiguidade que se faz sentir a desigualdade entre os sexos. No pensamento Grego, a ordem e a razão são associadas ao homem e a desordem e a irracionalidade à mulher. Esta desigualdade, baseada nas diferenças biológicas, que atribui características negativas à mulher e sustenta a sua inferioridade, manteve-se ao longo do tempo até ao Iluminismo. Mesmo com a emergência deste – com um discurso dirigido a todos os “homens” e de cariz universal – a desigualdade persiste.”
As transformações sociais que se deram após a industrialização e subsequente crescimento da população culminaram numa redefinição do papel das mulheres na sociedade e na família. Hoje, a violência doméstica é considerada uma questão eminentemente humana, pelo que os investigadores e técnicos utilizam uma linguagem neutra quanto ao género, quer da vítima quer do agressor. Não obstante, as maiores taxas de vitimação deste crime continuam a ser femininas. Os teóricos das perspetivas feministas, por este motivo, mantêm a conceção de que se trata de um fenómeno unidirecional, perpetrado exclusivamente pelo género masculino.
A fundamentação teórica das perspetivas feministas radica na análise sociológica do patriarcado. O domínio masculino, pela utilização do controlo, do poder e da violência nas relações de intimidade, aparece como o racional explicativo.
As explicações atrás referidas analisam fatores históricos, sociais, culturais e políticos que contribuem para a violência contra as mulheres. Nas abordagens socioculturais, a violência contra as mulheres é entendida como resultado do seu tratamento histórico e da atual sociedade patriarcal. Na