Fisioterapia
ENTORSES DO TORNOZELO Do Diagnóstico ao Tratamento Perspectiva Fisiátrica
Vítor MOREIRA, Filipe ANTUNES
RESUMO
As entorses do tornozelo são lesões muito comuns na prática clínica. São vulgarmente orientadas por clínicos gerais, não sendo exclusivamente tratadas por médicos da área ortopédica ou fisiátrica. Ainda que habitualmente não complicadas, merecem algum cuidado para garantir um tratamento eficaz e para se excluírem lesões graves. A estabilidade do tornozelo é condição indispensável para o desempenho funcional do tornozelo, permitindo a locomoção, e a participação em actividades mais exigentes como a corrida e o salto. Há uma preocupação constante na adopção dos melhores procedimentos diagnósticos e terapêuticos para potenciar a recuperação da lesão ligamentar e a prevenção da instabilidade crónica articular, razão pela qual deverão ser propostas estratégias clínicas consertadas, nomeadamente do ponto de vista reabilitacional. O tornozelo é uma complexa estrutura que envolve várias articulações – tíbio-társica, sub-astragalina e tíbio-peroneal inferior. A compreensão da sua anatomia funcional e da sua biomecâmica é o primeiro passo na identificação dos factores etiológicos da entorse. O reconhecimento do mecanismo lesional, e dos factores de risco, são determinantes para o esclarecimento diagnóstico, tratamento apropriado, e para a implementação de medidas preventivas, sabendo-se que o complexo ligamentar lateral é o mais frequentemente atingido. Como sempre, o diagnóstico resulta da pesquisa semiológica, de um exame físico completo e quando necessário, do recurso a exames complementares. Na avaliação inicial, é prioritária a exclusão de complicações graves, como fracturas, que podem mimetizar ou até acompanhar as lesões ligamentares. Apesar da radiologia convencional ser suficiente na maioria dos casos – a necessidade da sua realização é definida pelas Regras de Ottawa, em doentes seleccionados, a gravidade da lesão