Filosofia

3883 palavras 16 páginas
Logo na introdução da obra Crítica da Razão Pura, na seção que trata “da distinção entre juízos analíticos e sintéticos” Kant deixa claro que só dispomos de duas maneiras de articular a relação entre um sujeito com um predicado: ou o predicado B pertence ao sujeito A como algo contido (ocultamente) nesse conceito A, ou B jaz completamente fora do conceito A, embora esteja em conexão com o mesmo. O filósofo se utiliza desse duplo modo de estabelecer a relação entre sujeito e predicado, para classificar de uma forma simples aquilo que ele denomina de juízo analítico e juízo sintético. O primeiro exemplo revela o modo de constituição do juízo analítico, já o segundo exemplo caracteriza o tipo de juízo sintético. No entanto, duas coisas ainda devem ser colocadas em questão: em que consiste um juízo para Kant; e, de que modo o juízo se articula com a verdade.

Na obra Manual dos cursos de Lógica, na página 201, Kant define o juízo da seguinte forma: Um juízo é uma representação da unidade da consciência de diversas representações ou a representação da relação entre elas, na medida em que constituem um conceito. Percebemos de imediato que Kant apresenta uma definição formal do juízo visando, com isso, realizar uma articulação direta do juízo com o conceito. Um pouco mais à frente entenderemos as razões de Kant. Ora, se o juízo é uma representação da unidade da consciência, então não podemos deixar de observar no juízo duas coisas fundamentais que compõem esse tipo de representação: uma forma e uma matéria. Segundo Kant a primeira é uma espécie de determinação do modo como as representações diversas pertencem, enquanto tais, a uma consciência; por outro lado, a matéria são os conhecimentos dados que se ligam ao juízo para a unidade da consciência.

Notamos com isso que o filósofo se preocupa com uma tentativa de descrição formal dos componentes do juízo com vistas a preparação de uma semântica que possa garantir de uma maneira substancial a distinção entre os juízos

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