filosofia aristoteles

6416 palavras 26 páginas
História e virtudes

Comparando Aristóteles e cristianismo

Quando examinamos as virtudes definidas pelo cris­tianismo, descobrimos que, embora as virtudes aristotéli­cas não sejam afastadas, deixam de ser as mais relevantes. Observamos, assim, o aparecimento de virtudes novas, concernentes à relação do crente com Deus (virtudes teolo­gais), à posição da justiça e da prudência como virtudes particulares (virtudes que, para Aristóteles, não eram parti­culares, pois a justiça é o resultado da virtude e não uma das virtudes, e a prudência é a condição de todas as virtu­des), à substituição da amizade pela caridade (entendida como amor ao próximo e esse amor como responsabilida­de pela salvação do outro).

Podemos também observar que o que Aristóteles cha­mava de vício é transformado em pecado, portanto, em algo voltado para a relação do crente com a lei divina. Quan­to às virtudes morais, encontramos entre elas uma que, pa­ra Aristóteles, era um vício - a modéstia -, além de verifi­carmos o aparecimento de virtudes ignoradas ou desco­nhecidas por Aristóteles, como a humildade e a castidade.

Com o cristianismo, surge também como virtude algo que, para um grego ou um romano, jamais poderia fazer parte dos valores do homem livre: o trabalho. Em contra­partida e como conseqüência, o ócio, valorizado pelos anti­gos e considerado pela sociedade escravista greco-romana como condição para o exercício da filosofia e da política, torna-se, a partir de então, o vício da preguiça.

Ampliando a comparação: a ética de Espinosa

Se, agora, tomarmos como referência um filósofo do século XVII, Baruch Espinosa, cuja obra principal intitula-se Ética, veremos o quadro das virtudes e dos vícios alterar-se profundamente.

A naturalidade das paixões

Para Espinosa, somos seres naturalmente afetivos, is­to é, nosso corpo é ininterruptamente afetado por outros corpos (que podem conservá-la e regenerá-la ou enfraque­cê-la e destruí-la) e afeta outros corpos (também podendo

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