Filme Los Lunes al Sol

Segundo Ricardo Antunes "A década de 80 presenciou, nos países de capitalismo avançado, profundas transformações no mundo do trabalho, nas suas formas de inserção na estrutura produtiva, nas formas de representação sindical e política. Foram tão intensas as modificações que se pode mesmo afirmar ter a classe que vive do trabalho presenciado a mais aguda crise deste século, que não só atingiu a sua materialidade, mas teve profundas repercussões na sua subjetividade e, no íntimo inter-relacionamento desses níveis, afetou a sua forma de ser". Baseado neste trecho identifique e relacione a análise do autor com uma situação ou personagem presente no filme “Segunda-feira ao sol”.

Analisando o personagem Amador, podemos partir do ponto de vista que Ricardo Antunes aborda em seu texto, pois a crise vem para intensificar ainda mais o índice da exploração e precarização do trabalhado, causando uma crescente exigência da qualificação do trabalhador e uma grande taxa de desemprego e demissões, além disso, esse processo de crise “sócio-democratizou” os movimentos sindicais e políticos de esquerda da época. No filme, Amador, um senhor de idade, é demitido acompanhado de Lino, José e Santa, no emprego que tinham em uma indústria naval, tal demissão gera uma série de problemas para Amador, pois não conseguindo sustentar sua casa e família, usa a bebida como válvula de escape para a sua atual situação, no qual vira alcoólatra, sua esposa, não aguentando mais a situação, o abandona, causando ainda mais angustia por esses problemas acumulados, que foram gerados pela sua demissão e por estar muito velho para conseguir um emprego, Amador vive em uma constante melancolia, permanecendo quase que o tempo todo no bar Naval (bar do amigo dos personagens principais do filme), sua casa torna-se totalmente insalubre, tudo isso acarreta o desfecho, no qual ele não aguenta mais a situação e se suicida. O que nos mostra que a crise atinge profundamente a classe que vive do trabalho,