Fichamento

O Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário propõe garantir políticas públicas relacionadas à saúde mental e saúde da mulher gestante, tais como pré-natal, garantia de acesso às gestantes no atendimento de intercorrências e partos, controle de câncer cervical ou uterino, etc. No entanto, não há o cumprimento de tais propostas, trazendo agravos psicológicos e físicos.
Mesmo com o atendimento médico prestado, é precário, ocorrendo uma vez durante o pré-natal e, após essa consulta, a gestante só volta ao hospital quando entra em trabalho de parto. Muitas vezes, a assistência à saúde da mulher gestante encarcerada inexiste.
O artigo procura questionar as experiências que essas mulheres vivenciaram durante a gestação diante o encarceramento. Utilizou-se uma abordagem qualitativa desenvolvida no Complexo Penal Feminino Dr. João Chaves (CPFDJC), em Natal-RN-Brasil. Em tal presídio, haviam 135 mulheres para 14 celas, sendo que não havia nenhuma cela destinada às gestantes e seus recém-nascidos.
A equipe de saúde contava com uma assistente social e dois técnicos de enfermagem.
O estudo realizado propôs a observação das relações vividas por mulheres gestantes em estado carcerário, abordando situações relacionadas ao governo, espaço, relações familiares, saúde e segurança das encarceradas.
O recorte da Revista de Enfermagem UFPE On Line utilizou-se da temática Relacionamento Interpessoal, com três subcategorias: família e relações afetivas, colegas de presídio e agentes penitenciárias.
A amostra contou com 9 encarceradas, com idades entre 19 e 25 anos, a maioria de baixo nível de escolaridade e com renda de um salário mínimo. Os critérios de inclusão adotados foram: mulheres que vivenciaram a gravidez dentro do CPFDJC, independente de estarem com o filho ou não; em regime fechado.
A média de filhos vivos foi de dois, e três das entrevistadas relataram terem passado por procedimentos de aborto. Uma delas engravidou após ser presa e as outras foram presas enquanto