Fichamento

Fichamento

O perigo dos pobres
Referência: Brandão, Eduardo Ponte; Gonçalves, Hebe Signorini. Rio de Janeiro: Nau Ed. 2004

“Diferentemente do que se pensa,não é o pobre que escolhe o crime,mas é a própria ação da polícia e da justiça criminal que seleciona os pobres como,digamos,sua clientela preferencial”. (pág.43)

“A perseguição a todas as formas de vida populares que se caracterizavam pela liberdade e mobilidade foi um traço marcante ns três séculos nos quais se gestaram os sistemas policiais e carcerários europeus do século XIX”. (pág.45)

“Na cidade de Strasburg,fronteira franco-germânico, foi fundada, em 1971, uma instituição prisional que funcionava nos moldes das “Casas de Trabalho”, apresentadas pelos especialistas como instituições tipicamente precursoras do conceito moderno de instituições penitenciárias.Seu funcionamento, pelo menos a princípio,previa cumprimento de penas por tempo determinado pela própria administração da casa,o que correspondia às propostas de E.F. Klein, criminologista prussiano apresentado como vinculado ao pensamento iluminista”. (pág.48) “Com o avançar do século XIX, não só a miséria se alastrara, como também se tornara mais profunda e menos atendida pelos restos das velhas relações de obrigações, que já se extinguiam. O resultado era a miséria crescente, ao lado da grande acumulação de fortunas, produzia nos proprietários um sentimento de insegurança e de culpa que se projetava na percepção de que os pobres, pelo fato de nada terem, encerravam em si mesmo um imenso e aterrorizante perigo”.

“Em complementação a essas medidas, estabeleceu-se a polícia sanitária e de costumes. Esta passou a examinar e controlar os ambientes e os hábitos da população pobre, determinando normas de conduta, critérios de habitação, registros e controle das famílias do trabalho, das faltas e dos excessos”