fichamento - SECCHI, Bernardo. Primeira lição de urbanismo

894 palavras 4 páginas
SECCHI, Bernardo. Primeira lição de urbanismo. Tradução Marisa Barda e Pedro M. R. Sales. São Paulo: Editora Perspectiva, 2006.

“A modernidade (...) suscita (...) uma ordem própria e protegida do imprevisto. Por sua vez, o mundo contemporâneo ainda que mais livre, para muitos, mostra-se confuso, dominado pelo caos, desprovido de forma, incompreensível e imprevisível; por isso, causa um novo e difuso mal-estar individual e coletivo.” (p.86)

“...o resultado do depósito de uma longa série de práticas que levaram a destruir, modificar, conservar ou construir ex novo algo que antes nem podia ser imaginado, as passagens de uma época a outra, por exemplo, da cidade moderna à cidade contemporânea, nunca são improvisadas; cada forma desenvolvida contém, dentro de si, resquícios das formas precedentes.” (p. 87)

“...a cidade contemporânea parece para muitos como um confuso amálgama de fragmentos heterogêneos, no qual não é possível reconhecer nenhuma regra de ordem, nenhum princípio de racionalidade que a faça inteligível. No entanto, como Henry Miller disse uma vez, confusão é uma palavra inventada para indicar uma ordem que não se compreende.” (p. 88)

“Paradoxalmente, a cidade contemporânea é o lugar da não contemporaneidade, que nega o tempo linear, a sucessão ordenada das coisas, de acontecimentos e comportamentos dispostos ao longo da linha do progresso como foi imaginado pela cultura moderna. Na cidade contemporânea, apresenta-se uma forma do tempo diversa daquele da cidade moderna. O que, na mescla de pessoas e diversificação de atividades da cidade contemporânea parece evidente é o anacronismo, ‘a violência do curso do tempo, de sua sucessão cronológica’.” (p. 90)
“O fim da modernidade, como já o foi para a cidade antiga, é, ao mesmo tempo, obsolescência e desativação, transformação e reutilização de muitas de suas partes: desativação de fábricas, de escolas e quartéis, de molhes, de ginásios esportivos, de estações e pátios ferroviários.” (p. 91)

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