Fichamento Marc Bloch

Em sua obra, Les origines de la France contemporaine (1875), Hippolyte Taine trata de investigar a formação da França de sua época levantando o questionamento “O que é França contemporânea? ” tomando como base de estudo a história linear, ou seja, uma reta de eventos históricos traçados cronologicamente, na qual a origem dos fatos seria o ponto de partida para Taine explicar, “ a história do tempo presente”. A Revolução Francesa cria uma fronteira passado/presente. Levando em conta um pensamento externo para comparação, os três estágios do positivismo criado por Comte, podemos analisar este período como uma metamorfose, assim resumidamente a fase teológica seria representada pelo antigo regime, na qual o homem busca explicação dos fenômenos através de Deus, a metafísica como a fase da revolução, tendo o auge das correntes filosóficas (ideais de liberdade, igualdade e fraternidade), e a positiva onde os fatos sociais seriam explicados pela ciência. A periodização do tempo segundo a concepção de Taine tende a priorizar “a história dos acontecimentos”, ou seja, ressaltar as grandes guerras, revoluções etc. Porém Bloch critica esse cientificismo imutável, e a maneira homogênea de tratar as situações, não levando em conta suas bifurcações e desdobramentos. Uma vez que os documentos para análise podem não ser confiáveis, seja pelo esquecimento, por causas naturais, pela negligência ou pelo sigilo das instituições. Além de ressaltar que o material não precisa ser necessariamente o escrito, podendo ser o que ele nomeia de “vestigios” como, por exemplo, um sítio arqueológico.
Bloch nomeia essa preocupação em explicar o presente pelos primórdios, de "o mais próximo, pelo mais distante", e o perigo inserido nesta glorificação das origens, crendo que por sua vez esta responderia/explicaria por si só ás perguntas do presente. Bloch cita em sua obra Apologia da História ou O Ofício de Historiador (1886) "Os homens se parecem mais com sua época do que com seus pais" (pág 60).