Felicidae

Felicidade
Entrei em uma sala, estendi uma almofada e sentei a sua frente. Era uma moça morena, jovem, muito bonita, a quem pedi:— Quero falar com o mestre.Ela então ela me respondeu: — Eu sou o mestre. Não consegui esconder meu desapontamento e raciocinei: “Viajei tanto para chegar até aqui e conversar com um mestre de verdade, e me aparece uma mestra francesa! Todo mundo procura um mestre velhinho, oriental, com uma barba longa . Não uma mulher jovem e bonita,!”Resolvi insistir: — Você não me entendeu direito, quero falar com o mestre. E novamente ela me respondeu: — Eu sou o mestre. “Vou fazer uma pergunta bem difícil para que ela se sinta embaraçada e me leve ao mestre de verdade”. — O que é budismo? — perguntei. Tranquilamente, ela me respondeu: — A base do budismo é o fato de que todo ser humano sofre. Não satisfeito, resolvi fazer uma pergunta ainda mais difícil para que ela não soubesse a resposta e me levasse ao verdadeiro mestre: — E por que os seres humanos sofrem? — Porque são ignorantes — ela respondeu.Se são ignorantes, deve haver alguma coisa que não saibam e que talvez seja a resposta para o que estou procurando”. — E qual é o conhecimento que nos falta? — O que precisamos ter é a compreensão de que as coisas na nossa vida são Naturais. Quando o ser humano está feliz deseja a eternidade para esse momento. Torna-se amedrontado, com medo de que o prazer acabe. Quando está triste, acha que o sofrimento não acabará, mergulha na tristeza, e assim amplia sua dor.continuou:— Como as ondas do mar, a vida é normal. É tão certa a subida quanto a descida. Você não pode ser feliz somente quando tem prazer, pois perderá o maior aprendizado da existência. Você deve descobrir um jeito de ser feliz nas partes ruins da vida.À medida que a mestra falava, meu queixo caía. Como ela tinha atingido tanta sabedoria? Por que eu não havia chegado