Federico garcia lorca

O teatro de Federico representa, juntamente com o de Valle-Inclán, o mais alto cume da arte dramática espanhola contemporânea. Após o seu regresso de Nova Iorque (1931), o escritor andaluz empreendeu uma profunda renovação teatral em Espanha, contando com o precedente de Valle-Inclán, cujos “esperpentos” Lorca admirava sem reservas. As suas tragédias têm em comum o ser feminino como protagonista, impedido de explanar os seus sentimentos essenciais, tal como são o amor (Bodas de Sangre e La casa de Bernarda Alba) ou a maternidade (Yerma).
Regra geral, o destino da personagem Lorquiana, envolvida numa obcecante busca de si mesma, é deparar com a frustração e/ou a morte. Não admira, assim, que um dos feitos fundamentais do dramaturgo García Lorca tenha sido a recuperação da tragédia, concretizada em uma das melhores obras teatrais do autor, Bodas de Sangre (1933). Esta obra, dividida em três atos e sete quadras, oferece-nos um cenário andaluz, onde é retratado a intensidade e as consequências das paixões humanas, o instinto individual contra a opressão coletiva.

A Noiva é representação dramática do instinto individual contra a opressão coletiva. A sua rebeldia contra as convenções sociais não deixa de personificar a luta que se trava dentro de cada ser humano.

A obra de Federico, Bodas de sangre (1933), centra-se na análise de um sentimento trágico, marcado numa paisagem andaluza e universal. O amor é o principal tema, onde figuram mitos, lendas e paisagens que levam o leitor a um mundo de paixões sombrias, desembocando na tragédia, na morte.
As protagonistas femininas, impedidas de levar o seu amor até ao fim, representam uma Espanha patriarcal, na qual a realização do amor consiste numa luta contra as tradições. A rotura dos costumes culmina no castigo, na vingança, na morte, ou seja, em derramamento de sangue.
Na peça teatral, com o objetivo de reiterar a pressão social que sufoca o indivíduo, os personagens não têm nome, sendo identificados pelos papéis