Fazenda São Pedro
Introdução
A endometriose se caracteriza pela presença de tecido endometrial em sítios extra-uterinos, acometendo entre 10% e 15% das mulheres em idade reprodutiva, especialmente aquelas com queixas de dor pélvica e/ou infertilidade. Diversos aspectos dessa doença não estão esclarecidos, como etiologia, diagnóstico não invasivo e tratamento ideal. A doença acomete mais freqüentemente ovários, peritônio pélvico e ligamentos útero-sacros e, de modo menos comum, intestino, bexiga, diafragma, vagina e parede abdominal. Atualmente, considera-se de forma consistente que a endometriose se comporta como se fosse três doenças distintas, atingindo peritônio, ovário e septo retovaginal/intestino(13). É certo que essa classificação surgiu da observação clínica de que cada local de acometimento provoca características distintas, mas o terceiro quadro, dito como doença profunda, é aquele de abordagem mais difícil, devido à radicalidade que seu tratamento envolve, conforme discutiremos a seguir.
Quadro clínico
Não é possível discutir essas questões sem definir em quais pacientes a suspeita de endometriose deve ser aventada. Há uma grande variedade de sintomas dolorosos que podem estar relacionados à aparência, ao grau de invasão, à localização e à profundidade de acometimento das lesões. No entanto, não é possível demonstrar relação entre a prevalência e severidade dos sintomas com o estádio ou sítio das lesões de endometriose. São seis os sintomas que devem ser investigados: dismenorréia, dispareunia, dor pélvica acíclica, infertilidade e alterações urinárias e intestinais cíclicas.
Dismenorréia é a dor em região pélvica em cólica que ocorre durante o período menstrual, sendo classificada em leve,