Farmacologia dos Opioides parte 2

2670 palavras 11 páginas
TUTORIAL DE ANESTESIA DA SEMANA
FARMACOLOGIA DOS OPIÓIDES (PARTE 2)

Dr. Mahesh Trivedi, Dr. Shafee Shaikh, Dr. Carl Gwinnutt
Departamento de Anestesia, Hospital Hope, Salford, UK
Tradução autorizada do ATOTW #67 por Dra. Maria Eduarda Dias Brinhosa e
Dra. Gabriela Nerone, Hospital Governador Celso Ramos, Brasil. Correspondências para sba@sba.com.br

OPIÓIDES
Morfina
A morfina é um opióide natural derivado do fenantreno. A morfina é a droga utilizada como medida central para comparação entre opióides.
Dose:







Intramuscular (IM): 0,1-0,2 mg/kg, com pico de ação em 30-60 minutos e duração de 3-4 horas.
Endovenosa (EV): titular pequenas doses em bolus de 1-2mg, com dose total de 0,1-0,2mg/kg, com pico de ação rápido, visto que o maior determinante da latência da droga é sua baixa lipossolubilidade e lenta passagem pela barreira hematoencefálica.
Intratecal: 1% da dose EV (1 -2 microgramas/kg)
Epidural : 10% da dose EV (10-20 microgramas/kg)
Outras vias: oral, subcutânea (SC) e retal.

Farmacocinética:
Extensamente metabolizada pela mucosa intestinal e fígado em morfina-3-glucuronídeo (M3G, 70%), morfina-6-glucuronídeo (M6G, 10%) e em sulfatos conjugados. O metabólito M6G é 10 a 20 vezes mais potente que a morfina e possui excreção renal, assim a insuficiência renal pode determinar o acúmulo de M6G e aumento da sensibilidade à morfina. Os neonatos são mais sensíveis à morfina, pois apresentam capacidade de conjugação hepática reduzida. Os idosos alcançam maiores picos plasmáticos de morfina por apresentarem menor volume de distribuição.
Efeitos:
A morfina é um potente analgésico com boa ação sedativa e ansiolítica, efeitos mediados pelos receptores MOP. Outros possíveis efeitos são euforia, disforia e alucinações, além de depressão respiratória e supressão do reflexo da tosse. Apesar dos mínimos efeitos cardiovasculares, a morfina pode levar à bradicardia e hipotensão. Náuseas e vômitos são efeitos colaterais comuns, bem como

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