FARMACIA
Tania Quintaneiro
lI/trodução
Durante a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos despenderam um considerável esforço para desalojar, do lucrativo mercado farmacêutico do
Brasil e de outros países da América Latina, a indústria alemã e muito especial mente a Bayer, tratando de promover sua substituição pelo capital privado nor te-americano ou por interesses aliados locais. I Esse objeti vo era parte de uma po lítica expansionista mais ampla, formulada e posta em prática pelo Departamen to de Estado através de uma complexa trama de agências especializadas. Sua im-
Nota: Esta pesquisa foi realizada nos Unired States National Archives and Records Administration. em
Maryland. e nas coleções impressas pelo Dep:mmem ofCommerce na Library ofCongress. em Washington
D. C., graças ao apoio financeiro da Fapemig. Os documentos oficiais produzidos sobre o assunto cstâo organizados nos Records cf lhe Fordgn ServiCC! Paus (Record Group 84) e nos General Records of lhe De panrnem cf 513tt (Record Group 59). onde se enconlram os Consular Trade Reporu (1926-1950) e os materiais reunidos nos Central Files (1906-1946).
EstudO! HU1Órit.OS, Rio de Janeiro, nO 29, 2002, p. 141·164.
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estudos históricos e 2002 - 29
plementação exigiu um mapeamento preciso e sofisticado das necessidades, há bitos e preferências dos potenciais consumidores - tarefa atribuída a uma buro cracia de alta capacitação.
O alvo imediato eram remédios populares e de grande consumo nesse período, especialmente os analgésicos à base de ácido acetil salicílico (a.a.s.) fa bricados pela Bayer, e a Atebrina, medicamento da mesma empresa usado no combate à malária. No decorrer da Primeira Guerra Mundial, tinha-se tentado algo parecido, mas os resultados foram precários, em parte porque não houve uma política direcionada e de longo prazo, como a que seria implementada nos anos 1935-45.
Por outro