Falo e feminilidade

958 palavras 4 páginas
Falo ou feminilidade: uma discussão instigante
Regina Neri
Psicanalista, doutora em teoria psicanalítica pelo Instituto de Psicologia da UFRJ; bolsista recém-doutora do CNPq junto ao Núcleo de Estudos da Subjetividade da Pós-graduação em Psicologia Clínica, PUC-SP. reginaneri@uol.com.br
Gramáticas do erotismo. Joel Birman.
Rio de Janeiro: Record, 2001.
Falo ou feminilidade?, eis a questão debatida por J. Birman em Gramáticas do erotismo. O trabalho de resgate e aprofundamento do conceito de feminilidade, que vem sendo realizado pelo autor desde 1993, apresenta-se como um empreendimento de fôlego que resulta em uma interpretação original da metapsicologia freudiana — a virada dos anos 1920 — a qual vai privilegiar o registro pusional econômico em detrimento do representacional tópico, contexto em que emerge o conceito de feminilidade.
A continuidade dessa pesquisa conduz o autor, atualmente, a se debruçar sobre a questão da diferença sexual, objeto de discussão nesse livro, no qual vem destacar a presença de diferentes gramáticas do erotismo no texto freudiano. A singularidade e a riqueza da obra freudiana é a de se constituir, ela mesma, em uma tensão discursiva entre o determinismo universal da lógica fálica e a feminilidade como enunciação do singular.
Discurso de subversão do sujeito do cogito ou nova metafisica sobre o sujeito e o sexo? A interrogação endereçada à psicanálise pela obra de Foucault e por teóricas do movimento feminista é de peso. Produção discursiva histórica ou teoria universal do sujeito? Como sublinha G. Fraisse, a psicanálise se constitui como primeiro discurso a colocar no cerne de sua interrogação a questão da diferença sexual, tratada ao longo da história do pensamento filosófico de modo periférico. No entanto, no que concerne à sua teoria sobre o feminino, Freud não faz mais do que reeditar "uma metafisica dos sexos", que desde a Antiguidade permeia o pensamento ocidental, instaurando uma dicotomia hierárquica na qual o

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