“Exportações: existe uma ‘doença brasileira’?”

“Exportações: existe uma ‘doença brasileira’?”

O capítulo escrito por Jank e outros, tem como objetivo principal avaliar as consequências da apreciação real do câmbio para o setor exportador, a fim de inferir sobre uma possível especialização da pauta. Os impactos da apreciação cambial podem ser vistos a partir de diferentes óticas. Um câmbio valorizado tende a afetar negativamente as exportações, aumentando o preço dos produtos exportados e reduzindo sua competitividade no mercado internacional. Entretanto, existem também especialistas que afirmam que o real valorizado não afeta de forma tão drástica as exportações, havendo outras características mais significativas como a demanda mundial e a competitividade das empresas brasileiras. Além disso, o dólar valorizado pode reduzir o custo de importação de bens de capital, permitindo que as firmas se modernizem e se tornem mais competitivas. Para fazer uma análise da estrutura das exportações e saldo da balança comercial brasileira, os autores fizeram uma divisão da pauta brasileira entre commodities (agronegócio, combustíveis, minerais e metais) e diferenciados (de acordo com a intensidade tecnológica: alta, media-alta, media-baixa e baixa). Os resultados de 1996 a 2006 mostram que a proporção entre os dois grupos não alterou de forma significativa. No grupo das commodities, houve um aumento da participação percentual dos combustíveis e o agronegócio perdeu participação percentual, embora seja importante mencionar que houve um crescimento das exportações do setor. De forma geral, apesar da apreciação do cambio, o saldo da balança comercial vem crescendo desde 2001. Com relação às taxas anuais médias de crescimento do quantum das exportações, tanto as commodities como os produtos diferenciados mostraram crescimento contínuo no volume de exportação. De forma similar, os preços de ambos os grupos também aumentaram na década analisada (com exceção dos produtos de alta tecnologia). Essa dinâmica de análise de