Eutan Sia2

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Viver para sofrer? Essa é a grande questão levantada pelos que defendem a eutanásia, que, como elucida o autor, expõe dados e estatísticas, contemplam juízos de valor - aí entram a Filosofia e o Direito - e avaliam e propõem políticas públicas para que o direito a antecipação terapêutica da morte seja uma vitória para que as pessoas possam, diante das enfermidades, decidir sobre qual fecho escolhem para suas vidas: degradante ou natural e menos doloroso.
A problemática da eutanásia esbarra em conflitos com a religiosidade e moral da sociedade. Porém, uma análise tanto técnico-científica como filosófica mais apurada leva-nos a absorver a preocupação empática quanto à dignidade dos doentes em fase terminal e os idosos incapazes e sua autonomia de vontade.
Fala-se na necessidade de a sociedade de ressocializar a morte, ou seja, passe a encará-la como algo positivo em muitos em que a sobrevida de alguém é totalmente inviável ou impossível. Há de ser relacionar, portanto, o bem-estar do indivíduo, da família e da "sociedade", sobretudo no que concerne aos enormes gastos que a tendência contemporânea de medicalização nos casos "sem-jeito' trazem aos cofres públicos, e ao patrimônio de muitas famílias.
Estatisticamente, na França, mais de 75% dos idosos com mais de 85 anos são tidos como "dependentes"; a taxa de suicídio entre eles é dez vezes maior que entre jovens de 15 a 24 anos. A não preocupação com os nossos velhos gera, reciprocamente, neles um sentimento de angústia por dependerem de cuidados especiais de seus filhos ou de atendentes. A dignidade dos velhos, assim, é o valor deveras mais violado, sobretudo porque suas vidas, nesse caso, deixam de ser um processo empreendedor de desfrute para um estágio de mazela e perecimento físico, mental e moral.
Há grande crítica à medicina contemporânea e seus paradigmas, no tocante a não-aceitação da morte quando ainda se dispõem de recursos que garantam a "sobrevivência" de um indivíduo. Uma pergunta bem interessante é a

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