Etrabalho de ensaio de tração com extensômetro

6171 palavras 25 páginas
Sobre a Dimensão Social da Política Liberal
Hubertus Müller-Groeling

A política liberal é identificada, com razão, como uma política que centraliza os seus esforços em torno do indivíduo, dos seus direitos de liberdade e da sua responsabilidade. É identificada também como uma política de economia de mercado que defende a eficiência, a concorrência e o desenvolvimento econômico, visando a reduzir o poder do Estado ao mínimo necessário. Com seu apelo por autonomia e responsabilidade própria do indivíduo, tal política é freqüentemente acusada de não possuir uma dimensão social. Uma contraposição descuidada de indivíduo e sociedade, de mercado e moral, de mentalidade de desempenho e justiça social é que dá origem à crítica dirigida à política liberal de tratar o social com indiferença.

O mal-entendido acerca de uma frieza social da política liberal só pode partir daqueles que identificam “o social” com sistemas estatais de segurança social. Trata-se de um costume alimentado durante décadas equiparar o crescimento social à expansão desses sistemas. E, portanto, se uma política liberal se recusa a cair nessa armadilha de um conceito limitado de social, ela acaba por ser acusada de liberalismo econômico e ter contestada a sua dimensão social.

A crítica teria algum fundamento, caso se tratasse apenas de reclamar da ausência dos representantes da política liberal entre as barricadas

por uma maior expansão dos sistemas de segurança social coletivos e obrigatórios . Porém, a verdade é que ela não atinge o cerne da questão.

A política liberal é, em si, social

A política liberal volta-se exatamente contra a expansão de sistemas de segurança obrigatórios, contra a socialização dos riscos privados, inerentes à vida, e contra a estatização do amor ao próximo. Volta-se igualmente contra a tutela e a incapacitação do cidadão por uma autoridade assistencial, bem como contra o cultivo de uma mentalidade de mera
reivindicação.

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