Estudante
As pessoas são diferentes, como diferentes são as suas culturas. As pessoas vivem de modos diferentes e as civilizações também diferem. Apesar dessas diferenças, todas as pessoas têm em comum um atributo simples: são seres humanos, nada mais, nada menos (Shirin Ebadi apud, ONU, p. 23).
A inclusão de alunos com necessidades educativas especiais, no Brasil, tem assumido uma posição importante nos debates educacionais. Diversos autores têm destacado a ausência, nos cursos de formação de professores, de conteúdos específicos sobre o processo de ensino e aprendizagem das pessoas com necessidades especiais (Bueno, 2001; Glat & Nogueira, 2003; Glat, Ferreira, Oliveira & Senna, 2003; Glat & Pletsch, 2004; Pletsch & Fontes, 2006).
O professor itinerante, de acordo com as orientações do Instituto Helena Antipoff (IHA)², tem o objetivo de “prestar assessoria às escolas regulares que possuem alunos com necessidades especiais incluídos (...), [tendo] como atribuição a produção de materiais pedagógicos necessários ao trabalho com estes alunos” (SME/ IHA/ RJ, 1999).
Podemos dizer que o ensino itinerante- composto, preferencialmente, por um professor especialista em Educação Especial- parece representar uma proposta educativa viável como suporte para a educação inclusiva.
A escolha pela etnografia neste estudo justifica-se pelo objetivo de entender as relações estabelecidas entre os sujeitos participantes e os significados de suas ações. Tal método comporta o uso de técnicas diferenciadas, como a observação participante, a realização de entrevistas, análise de documentos e filmagem em aúdio (microanálise). Outra caracterisitca importante da pesquisa etnográfica é o contrato direto do pesquisador com a situação investigada, o que permite descrever as relações e processos configuradores da experiência