Estudante

Resumo das páginas 3 a 20 do texto “A interpretação das culturas”

O autor trata da problemática do conceito de cultura para fazer apologia a uma definição de cultura semiótica, defendendo então a antropologia como ciência interpretativa. Tomando emprestado de Ryle o exemplo das piscadelas e recorrendo a seu diário de campo, Geertz define a cultura como (1973/1989, p. 9) “estruturas de significados socialmente estabelecidas”, apresentando um parâmetro teórico diferenciado em relação às teorias sobre as quais a antropologia se debruçava no momento. Nesse parâmetro a etnografia é vista como uma interpretação de interpretações, e a questão chave da representação etnográfica é aproximada da ficção, contrariando sua suposta objetividade. O modo de representação não se separaria do que é representado. Essa visão, no entanto, não é tida como ameaça a condição de ciência da antropologia, na medida em que esta já não teria como intento criar leis para explicar fenômenos, mas sim interpretar as significações culturais.

A relação entre localidade e objeto de estudo também é tratada: o antropólogo desenvolve problemáticas que podem ser estudadas em diferentes locais, embora possam ser mais acessíveis em certos locais. Não se pode estudar a totalidade da cultura brasileira a partir de Florianópolis, embora se possam elaborar teses interessantes para a antropologia estudando determinados aspectos da cultura da cidade. Também é negada a especialidade qualitativa do método etnográfico em relação a qualquer outra forma de pesquisa social. A distinção nesse âmbito não se dá por uma suposta pureza específica dos dados etnográficos, mas sim por sua particularidade.

Por fim, Geertz analisa as problemáticas do desenvolvimento teórico da antropologia interpretativa, a dificuldade da aplicação de abstrações no estudo da antropologia, na medida em que esta se faz irremediavelmente ligada as descrições da pesquisa de

campo, a relação entre teoria e interpretação, os avanços do